Salmos 91

1: Depois disto o SENHOR respondeu a Jó de um redemoinho, dizendo:

2: Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?

3: Agora cinge os teus lombos, como homem; e perguntar-te-ei, e tu me ensinarás.

4: Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-mo saber, se tens inteligência.

5: Quem lhe pôs as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel?

6: Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina,

7: Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam?

8: Ou quem encerrou o mar com portas, quando este rompeu e saiu da madre;

9: Quando eu pus as nuvens por sua vestidura, e a escuridão por faixa?

10: Quando eu lhe tracei limites, e lhe pus portas e ferrolhos,

11: E disse: Até aqui virás, e não mais adiante, e aqui se parará o orgulho das tuas ondas?

12: Ou desde os teus dias deste ordem à madrugada, ou mostraste à alva o seu lugar;

13: Para que pegasse nas extremidades da terra, e os ímpios fossem sacudidos dela;

14: E se transformasse como o barro sob o selo, e se pusessem como vestidos;

15: E dos ímpios se desvie a sua luz, e o braço altivo se quebrante;

16: Ou entraste tu até às origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo?

17: Ou descobriram-se-te as portas da morte, ou viste as portas da sombra da morte?

18: Ou com o teu entendimento chegaste às larguras da terra? Faze-mo saber, se sabes tudo isto.

19: Onde está o caminho onde mora a luz? E, quanto às trevas, onde está o seu lugar;

20: Para que as tragas aos seus limites, e para que saibas as veredas da sua casa?

21: De certo tu o sabes, porque já então eras nascido, e por ser grande o número dos teus dias!

22: Ou entraste tu até aos tesouros da neve, e viste os tesouros da saraiva,

23: Que eu retenho até ao tempo da angústia, até ao dia da peleja e da guerra?

24: Onde está o caminho em que se reparte a luz, e se espalha o vento oriental sobre a terra?

25: Quem abriu para a inundação um leito, e um caminho para os relâmpagos dos trovões,

26: Para chover sobre a terra, onde não há ninguém, e no deserto, em que não há homem;

27: Para fartar a terra deserta e assolada, e para fazer crescer os renovos da erva?

28: A chuva porventura tem pai? Ou quem gerou as gotas do orvalho?

29: De que ventre procedeu o gelo? E quem gerou a geada do céu?

30: Como debaixo de pedra as águas se endurecem, e a superfície do abismo se congela.

31: Ou poderás tu ajuntar as delícias do Sete-estrelo ou soltar os cordéis do Órion?

32: Ou produzir as constelações a seu tempo, e guiar a Ursa com seus filhos?

33: Sabes tu as ordenanças dos céus, ou podes estabelecer o domínio deles sobre a terra?

34: Ou podes levantar a tua voz até às nuvens, para que a abundância das águas te cubra?

35: Ou mandarás aos raios para que saiam, e te digam: Eis-nos aqui?

36: Quem pôs a sabedoria no íntimo, ou quem deu à mente o entendimento?

37: Quem numerará as nuvens com sabedoria? Ou os odres dos céus, quem os esvaziará,

38: Quando se funde o pó numa massa, e se apegam os torrões uns aos outros?

39: Porventura caçarás tu presa para a leoa, ou saciarás a fome dos filhos dos leões,

40: Quando se agacham nos covis, e estão à espreita nas covas?

41: Quem prepara aos corvos o seu alimento, quando os seus filhotes gritam a Deus e andam vagueando, por não terem o que comer?